A opinião do pesquisador e historiador sobre os acontecimentos do carnaval

Obra de jovens escritores preenche uma lacuna na literatura sobre escolas de samba

     No último dia 17 estive no lançamento do livro as três irmãs, de autoria de Alan Diniz, Alexandre Medeiros e Fabio Fabato. A festa foi muito bem prestigiada pelo mundo do samba. Estavam lá nomes como a inesquecível Pinah, Tiaozinho da Mocidade, Dominguinhos do Estácio, Velhas Guardas, Carnavalescos e etc. Tal fato teve sentido, pois a obra produzida por esses jovens intelectuais do samba é de ótima qualidade.
     Como pesquisador de Escola de Samba fico feliz que a Editora Nova Terra tenha abraçado esse projeto e ajudado a materializar este livro que vem preencher sem dúvida nenhuma uma lacuna que existia na literatura sobre escolas de samba. Beija Flor, Imperatriz e Mocidade romperam com o modelo de carnaval que vinham se fazendo até então e no qual Mangueira, Portela, Salgueiro e Império Serrano monopolizava as atenções e eram as maiores papas títulos.
     Alexandre, Alan e Fabato, tiveram a sensibilidade de narrar está revolução trazida pelas três irmãs com leveza, criatividade e muito talento.
     Já comecei a ler o livro e, no capítulo denominado os três espantos da criação Alan Diniz, foi extremamente feliz ao enxergar um determinismo quase cabalístico na relação das três escolas retratadas no trabalho com seus os carnavalescos. Segundo o autor, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Fernando Pinto foram feitos para as suas respectivas escolas que trabalharam e se consagraram. Arlindo para a Imperatriz, Joãosinho para a Beija Flor e Fernando para a Mocidade.
     Arlindo fez um casamento perfeito com a Imperatriz, segundo o autor, pois seu carnaval clássico e linear tinha a cara da escola da Leopoldina. Foi a dose perfeita para fazer uma nobre escola se sentir mais pomposa e garbosa.
Joãosinho Trinta vai transformar a Beija Flor de uma escola ‘’chapa branca “dos governos militares em matriz da imaginação anarquizante. Ratos e Urubus sem dúvida foi auge deste novo momento da escola de Nilópolis.
     E Finalmente Fernando Pinto, revolucionou a mocidade, que a partir da sua chegada, deixa de ser uma escola cercada de bateria, para se tornar uma escola organizada e luxuosa. Com seu tropicalismo imaginativo Fernando revelou um Brasil louco, mas livre da colonização estrangeira.
     Por todos esses singelos comentários feito sobre a obra desses rapazes é que recomendo a leitura deste livro, lançada por este talentoso trio de escritores.

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