
Nada mais justo, portanto, de rendermos uma homenagem nesta coluna a este baiano de alma carioca, que tanto fez pelo samba e pelo carnaval do Rio de Janeiro.
Vamos recordar um pouco à trajetória e o sucesso deste compositor negro, que lotou com muita dignidade contra o destino que a sociedade de classes lhe impôs.
Vindo para o Rio de Janeiro ainda bebê, Mano Décio teve uma infância muito dura, do ponto de vista social, mas desde o inicio o samba e o carnaval já reservavam a este talento, um destino de vitória e consagração.

Mas foi em Madureira que brilhou a estrela a estrela de Mano Décio, primeiro como Admirador dos desfiles da Prazer da Serrinha. No inicio dos anos 40 e depois, como componente da escola e um dos revolucionários, que iria romper com a gestão centralizadora e capitalista do presidente Alfredo Costa, que cobrava ingresso do sambista freqüentador da escola.


O primeiro samba campeão de Mano Décio foi “Exaltação a Tiradentes”, de 1949, que criou em parceria com Estanislau Silva e Penteado e com a ajudar da filha, que emprestou o livro escolar para auxiliá-lo. Esse samba foi gravado para o carnaval de 1955 como “Tiradentes”, configurando-se como o primeiro registro histórico de samba enredo.
Exaltação a Tiradentes (1949)
Império Serrano (RJ)
Composição: Mano Décio, Estanislau Silva e Penteado
EXALTAÇÃO A TIRADENTES
Joaquim José da Silva Xavier
Morreu a 21 de abril
Pela Independência do Brasil
Foi traído e não traiu jamais
A Inconfidência de Minas Gerais
Joaquim José da Silva Xavier
Era o nome de Tiradentes
Foi sacrificado pela nossa liberdade
Este grande herói
Pra sempre há de ser lembrado
Portanto lembrar-se de Mano Décio da viola é recordar um capítulo importantíssimo da história dos desfiles das escolas de samba. Capítulo que trás o germe do rompimento e da inovação, marcas fundamentais no caminhar do samba.
foto: divulgação
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Prof. Mariano
Pesquisador e carnavalesco do carnaval de Niterói
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